domingo, agosto 01, 2010

Eleitos: Filhos Obedientes




Finalmente, concluindo a minha simples ilustração, tem-se:
Aquela moça- que outrora não passava de um rebelde cadáver- declara ao rapaz, com um belo sorriso em seu rosto:

"Meu querido, porque me amaste primeiro, elegeste-me baseado em ti mesmo e me deste vida em abundância por meio de tua maravilhosa graça. Demonstrarei a minha infinita gratidão ao amar e obedecer a ti, com muita alegria."

Será que um eleito é salvo simplesmente porque Deus determina ou será que ele se envolve voluntariamente na vontade de Deus? Ou seja, a doutrina da eleição é um chamado à passividade carnal ou à atividade santa e obediente?
Uma das maravilhosas graças que Deus concede a um crente em Jesus é a justificação pela fé; na qual Deus declara 'justo' um pecador, baseado unicamente nas obras e nos méritos de Cristo- os quais são creditados ao pecador por meio da fé. Isso é realmente maravilhoso. Entretanto, se a justificação do crente é baseada nas obras de Cristo e não nas suas, surge a pergunta: as obras de um eleito realmente importam- pois o que Jesus realizou em Sua vida, morte e ressurreição satisfez perfeita e eternamente a justiça de Deus-? Analisemos o texto de Mateus 7.15-20 para respondermos a esta importante pergunta.

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. ( Mt 7.15-20)

Jesus está ensinando em Mt 7.16-18 algo muito simples: o fruto de uma árvore manifesta que tipo de árvore ela é. Então, os atos das pessoas demonstram que tipo de pessoas elas são. Se alguém é morto em pecados, rebelde e odeia a Deus, sendo totalmente incapaz em si mesmo de obedecê-lO; a sua vida irá manifestar tudo isso: tal pessoa vive em contínua servidão ao pecado- e com prazer! E, semelhantemente, se alguém é regenerado pelo Espírito Santo, justificado por meio de Cristo e adotado pelo Pai: a sua vida irá manifestar tais obras da graça de Deus.

É interessante como os falsos crentes gostam de deturpar a 'justificação pela fé' e respondem erroneamente à pergunta acima feita (algo como:"Eu vou viver como eu bem quiser. Porque é Deus que me justifica!"). Mas, existe uma graça que Deus concede a um crente que é fatal para esse tipo de herege: a adoção.
Por favor, entenda que Deus não somente elege, regenera e justifica pecadores, mas Ele também os adota como filhos! E como filho, o pecador redimido honrará ao seu Pai celeste com obediência à Sua vontade (2 Co 5.17). E é a partir da inestimável graça da adoção- na qual Deus não somente perdoa pecadores, e sim se relaciona com eles como Pai, purificando- os e os corrigindo (Jo 15.2; Hb 12.5-9)- que entendemos com mais clareza o papel das obras na vida cristã: elas não conquistam a salvação de um crente, mas demonstram-na; ou seja, um cristão não obedecerá a Deus para ser salvo, e sim porque ele é salvo! A obediência a Deus sempre será a marca de um verdadeiro salvo, e portanto, de um eleito ( Jo 14. 15).

"Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos", isto é sério! Se ainda achas que podes viver como um não-cristão e pensares que a tua suposta eleição irá te livrar do juízo de Deus no final das contas, estás muito enganado. Na verdade, meu amigo, a tua falta de temor e obediência a Deus, de arrependimento pelos teus pecados e de desejo por viver em santidade- não simplesmente porque o pecado irá te trazer más consequências, e sim porque ele é uma ofensa a Deus- declaram claramente que não és salvo.
Ó pecador, podes passar a vida toda enganando a ti mesmo dizendo:"Sou um eleito, sou um eleito. Relaxa, ó minha alma, pois tudo dará certo no final!". Mas se não tens frutos dignos de arrependimento, infelizmente, perecerás no inferno. Atente bem: "Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo". Tu entendeste que assim como não há justificação pela morte, não há 'justificação pela eleição'? [1] Entendeste que a passividade carnal não é fruto da eleição divina? Pois "E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou"(Rm 8.30). Ou seja, se não obedeces a Deus como filho, mostras que não és justificado; se não és justificado, declaras que não és regenerado; e se não és regenerado, a tua eleição é incerta. Como disse Jonathan Edwards:

Aqueles que não querem viver vidas piedosas descobrem, por si mesmos, que não são eleitos; aqueles que querem viver vidas piedosas descobriram, por si mesmos, que são eleitos.[2]


A partir disso entendemos quem se alguém recebeu a maravilhosa graça de Deus, tal pessoa responderá a Ele com a gratidão (alegre obediência). E se tens vivido como um carnal, arrependa-se e creia em Cristo. Ele cuidará de ti. Confie nEle!

Concluo com as palavras de um irmão em Cristo e com um versículo bíblico:

Quem ouvir a mensagem da salvação e a receber em seu coração evidencia ser um dos que estão no concerto. Por que, então, o espanta a doutrina da eleição? Se alguém escolheu a Cristo, tenha por certo que Ele antes o escolheu. Se com os olhos cheios de lágrimas dirige seu olhar a Cristo, então saiba que Ele, muito antes, já havia contemplado você. Se do seu coração brotar amor por Cristo, não esqueça que o Seu coração o ama com um amor que jamais o poderá igualar. Se você agora está clamando: ' Senhor, Tu serás o guia da minha juventude', eu lhe contarei um segredo: Ele tem sido o seu guia, levando- o a que você agora seja um pecador ansioso em buscá-lO e Ele o dirigirá e o conduzirá às mansões seguras da glória.[3]

Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. ( Mt 7.20)

Que Deus nos perdoe.


Notas:

1. Me refiro à ideia de ter uma pseudoeleição que consiste numa 'eleição' imaginada por carnais.

2. Citado em Supremacia de Deus na pregação, John Piper. Shedd publicações.

3. SPURGEON, C.H. Sermões do ano de Avivamento- PES, pág 61.

2 comentários:

Renan Diniz disse...

Nilton,

Grande texto velho amigo, como sempre falando sobre temas importantes da vida cristã.

Edinelson Lopes disse...

RADICALIZE E VIVA!

É com esta frase que eu te convidamos a conhecer o blog do ministério Siga o Mestre. Porque radicalizar? Radicalizar é viver em santidade em tempos de rebeldia geral. Ser radical é renunciar a si mesmo e escolher a vida pela Palavra assumindo a responsabilidade da cruz, se dispondo a seguir o Mestre consciente da seriedade desta decisão.

Com nossas publicações, queremos promover a volta ao cristianismo prático como culto racional, resposta de Deus para a ardente expectativa dos homens, tanto dos salvos quanto dos que se perdem.

Assim, aguardamos sua visita no desejo de podermos lhe abençoar, grande abraço, em Jesus, o Mestre.
MINISTÉRIO SIGA O MESTRE

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