Ginásio de Banho nas ruínas da Antiga Sardes
Após tratar com quatro igrejas na Ásia Menor, o Senhor Jesus
volta sua atenção para a igreja em Sardes, cidade que assim como as outras,
possuía uma grande importância no contexto da Ásia Menor. De Sardes viera o
célebre Esopo, sendo que a cidade também gozava de ampla popularidade, pois em
tempos passados fora considerada inconquistável, sendo também a capital do
reino de Lídia. A confecção de roupas de lã a tornava bastante popular naquele
cenário. A igreja em Sardes possuía grande popularidade, sendo que sua fama era
de uma igreja rica espiritualmente e guardiã da sã doutrina. Todavia, Jesus não
começou sua carta com um elogio, mas sim atacou diretamente a raiz do problema.
“Conheço as tuas
obras, que tens nomes de que vives, e estás morto”.
A semelhança do que ocorrera ao confrontar Nicodemus, Jesus
não perdera tempo com o desnecessário. E à semelhança de Nicodemus, muitos em
Sardes não criam genuinamente em Cristo. É bem provável que anteriormente tal
igreja fora bíblica e extremamente próspera espiritual e doutrinariamente
(Cristo não a repreende por estar seguindo algum tipo de heresia ou falso
mestre). Aparentemente Sardes gozava do mesmo vigor em que começou, tudo estava
bem; os membros gozavam de boa reputação entre outras igrejas, os problemas doutrinários
eram praticamente nulos e ela continuava a praticar boas obras. Todavia, o diagnóstico dado por Aquele que
sonda os corações dos homens era bem diferente: Os atuais de membros não eram
atuantes, mas estavam em profundo sono espiritual, as pregações não surtiam
efeito nenhum.
“Sê vigilante e
confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras
perfeitas diante de Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido e
guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e
não saberás a que hora sobre ti virei”
A exortação do Mestre é clara: a necessidade de
arrependimento. Em Éfeso, contemplamos o trato de Jesus com uma igreja que está
morrendo, em Sardes vemos Jesus despertando uma igreja morta. Por mais que
Sardes apresentasse profundo ativismo, faltava vigilância. Devido à
similaridade com as palavras de Paulo na Epístola aos Efésios: “Desperta, tu
que dormes, e levanta-te dos mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5:15) é bem
provável que muitos não estavam atentos ou mesmo ignoravam por completo a
doutrina da Segunda Vinda de Cristo. O
resultado prático disso é a sonolência espiritual. A vinda do Senhor é
iminente, porém muitos estão pouco atentos para isso, e a semelhança das
virgens displicentes, muitos estão dormindo, tanto em Sardes quando em nossas
igrejas, o Senhor Jesus ordena o arrependimento. Pode-se dividir em três pontos principais a
repreensão do senhor à igreja de Sardes: Vigilância, tanto para sim quanto para
os que estavam morrendo espiritualmente; lembrança daquilo que Cristo tinha
ensinado através de seus líderes pela ministração da Palavra de Deus e sua vida
espiritual (“Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido); e por fim o
arrependimento.
“Mas também tens em Sardes algumas poucas pessoas que não
contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas
disso”.
Como em vários lugares de sequidão espiritual, Deus preserva
alguns. Esse era o caso de Sardes. A minoria fiel permanecia genuinamente viva
espiritualmente e não se contaminara com o triste quadro em redor, eram como
Ezequiel no vale de ossos secos. A
esses, Cristo revela-se fiel, e por certo recompensaria a perseverança daqueles
eram seus.
A igreja em Sardes serve como sério alerta para a igreja em geral, e porque não mesmo, nossas próprias denominações? A Assembleia de Deus é extremamente conhecida por sua reputação em realizar grandes feitos, como centenários, criação de museus, trabalhos sociais e ativismo religioso. Também é conhecida como uma igreja viva e zelosa espiritualmente. Todavia, por vezes vemos a indiferença para os ensinamentos das Escrituras. O exemplo de Sardes nos mostra que por mais ativista que um a igreja pareça ser, caso não esteja vigilante e atenta para os ensinamentos e dons de Cristo, sua vivacidade nada mais é do que uma grande fama, que pode facilmente ser dissipada com o passar do tempo. Não adiante apenas viver da glória do passado. È necessário permanecermos vivos e pelo poder do Espírito, vivificar os que estão morrendo. E assim como Ezequiel no imenso vale de ossos secos, sermos uma minoria a serviço do Mestre, Aquele que “tem os Sete espíritos de Deus e a sete estrelas”. A esse, a promessa está garantida:
“O que vencer, será
vestido de vestes brancas, e de nenhuma maneira riscarei o seu nome do livro da
vida; e confessarei seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
Amém.
Soli Deo Gloria
Um comentário:
Caro Victor,
Gostaria de fazer conhecida uma experiência desenvolvida numa escola dominical aqui em Joinville. Meu email é profmsssantana@hotmail.com
Abraço!
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