segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Devocional: Viva a Vida Real


“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1)

A Palavra de Deus é maravilhosa. É por meio dela que o Senhor nos revela a Sua vontade e nos instrui de que modo devemos viver. Portanto, oro a Deus a fim de que Ele nos abençoe nesta breve meditação.

No texto em destaque, as palavras “vivam” e “união” me chamam bastante a atenção. Porquanto, sem sombra de dúvidas, estas pequenas palavras se relacionam com um dos grandes desafios em nosso tempo: viver.

De fato, não é fácil viver em nossos dias – pelo menos não como a Bíblia nos prescreve: em união, verdadeiramente. Construir relacionamentos genuínos e profundos é uma grande dificuldade na era do Facebook, Whatsapp, Candy Crush e inúmeras outras coisas que a internet e nossos celulares podem nos oferecer. A velocidade que adquirimos para nos comunicarmos, infelizmente, reduziu drasticamente a qualidade afetiva de nossa comunicação com as pessoas que nos cercam.

Na web, a nossa vida é incrível. As fotos que postamos na timeline são somente as que apresentam nossos melhores momentos. Os nossos amigos, além de serem quase que incontáveis, são sempre os “bests” e tudo o que imaginarmos para escrevermos após um hashtag (#). E o amor? É raro não vermos namorados ou casais em suas maiores declarações em relação a mais um mês de namoro ou casamento.

Entretanto, essa não é a vida real. Pois nem sempre estamos em nossos melhores momentos; muitas vezes nos passeios que registramos na rede social como “#melhorpasseio#bestsforever”, quase não conversamos sobre assuntos de fato importantes; e, para tristeza nossa, às vezes deixamos de declarar nosso amor à namorada ou esposa por meio de gestos simples, como ouvi-la com atenção, honrar o horário de nossos compromissos e expor nossos sentimentos – com os olhos fitos nos dela.

A internet tende a nos levar a uma vida mecânica em que facilmente nos compadecemos da situação do nosso próximo e dizemos que oraremos por ele – embora muitas vezes esqueçamos de fazê-lo de fato. Além disso, tal mecanicidade afeta inclusive nosso relacionamento com Deus, porquanto compartilhamos inúmeros posts com dizeres cristão enquanto que às vezes, na nossa privacidade, o nosso tempo com Deus por meio da leitura bíblica e da oração é pouco ou quase nenhum.

A vida real, no entanto, concedida a nós pela graça de Deus, é espontânea e cheia de emoções e riscos. Enquanto que é fácil usar o teclado do computador para declaramos nosso amor a familiares e amigos; na vida real, o amor só é possível a partir do gastar de tempo juntos, da exposição de coisas pessoais – por exemplo, segredos que provavelmente serão compartilhados com terceiros por meio de seu amigo – e da vitória sobre a timidez de até mesmo dizer “oi” para o outro (mesmo que na internet pareçamos as pessoas mais comunicativas do mundo). 

Diferentemente da realidade virtual, nossos relacionamentos envolvem sentimentos reais, de maneira que podemos alegrar ou entristecer uns aos outros e necessitamos vencer o orgulho para pedir perdão por nossos erros, de modo pessoal e genuíno – não via bate-papo do Facebook. E quanto ao amor, nossos melhores momentos com nossas respectivas namoradas, noivas ou esposas não devem estar na timeline, onde qualquer um pode ver, mas sim em nosso coração, em que guardamos aquela conversa singela e especial no silêncio de nossa privacidade. Embora não seja pecado homenagearmos, na rede social, as pessoas que amamos, não podemos permitir que nossos melhores momentos estejam lá.

Que Deus nos ajude a viver a vida real. Que gastemos menos tempo na internet e mais tempo com nossa família, amigos e irmãos em Cristo. Pois somente desta forma poderemos experimentar a bênção cantada pelo salmista: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1)

Que Deus seja glorificado.

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